.::funda.kariri:..

27 março 2007

E chegou o dia...

Demorou mas chegou. Em meio a muita conversa, discussões, demissões, Mari chegou ao Cariri.
Seu último e-mail:


cara, eu estou me sentindo o pior dos seres humanos. nada é comparável ao trabalho do alemberg.
vou filmar te mandar umas coisas.
em anexo vão poucas fotos, do seu expedito celeiro
bjs


Assim que o blogger voltar a funcionar normal posto também as fotos. E assim que descobrir quem é Expedito Celeiro volto a postar! Só sei que ele faz umas "chinelas" lindas... rs

11 março 2007

mais links

http://www.rotace.com.br/jornaldocariri/

http://www.estacaodoturismo.hpg.ig.com.br/cariri.htm

http://www.citybrazil.com.br/ce/regioes/cariri/

Mais pesquisas

Santana do Cariri


É uma pequena cidade localizada no sul do estado do Ceará no nordeste do Brasil, distante cerca de 550 Km da capital Fortaleza e próxima a centros como Crato (cerca de 50 km) e Juazeiro do Norte (cerca de 65 km). A Chapada do Araripe constitui uma de nossas mais importantes localidades fossilíferas de idade cretácea. Seus fósseis destacam-se em função de sua excelente preservação e particular importância paleontológica.
A bacia sedimentar na região do Cariri é uma das mais importantes no mundo devido a enorme quantidade e qualidade de preservação dos fósseis. Muitas vezes, através de fotografias obtidas com microscópio eletrônico, é possível observar as células musculares dos peixes fossilizados, inclusive com a observação do núcleo celular mineralizado. Em alguns fósseis é possível ver o conteúdo do aparelho digestivo com a última refeição do peixe. A importância paleontológica do local é tão significativa que inúmeros pesquisadores têm mostrado interesse pela região. Uma excelente referência é o livro ricamente ilustrado "Santana Fossils - an illustrated Atlas" editado pelo Dr. John G. Maisey e tem a colaboração de diversos paleontólogos do Brasil e do exterior. Em Santana está o Museu de Paleontologia da Universidade Regional do Cariri que reúne mais de 750 peças de fósseis coletados na região e que começa a desenvolver um intenso trabalho científico para classificação dos fósseis e coleta dos mesmos em escavações nos arredores da cidade. O museu também possui partes fósseis de Pterossauro que foram encontrados na região. No estado do Ceará, as pesquisas de paleovertebrados são desenvolvidas na região da Chapada do Araripe, em rochas do Cretáceo Inferior (cerca de 110 milhões de anos atrás). Clique em Geologia para detalhes da região e mapa geológico.
Em Santana do Cariri existe o Parque dos Pterossauros onde há réplicas artísticas de um pterossauro com cinco metros de envergadura, de uma asa a outra. Um dinossauro com cerca de três metros de altura e oito metros de comprimento. Estes dois tipos animais viveram há cerca de cem milhões de anos no período Cretáceo nos arredores de um grande lago que ali existiu. Foram encontrados fósseis na maior jazida fossilífera do Brasil, a formação Santana, na chapada do Araripe. A jazida cobre os estados do Ceará, Pernambuco e Piauí. Integra ainda a primeira etapa do parque temático uma área de escavação. A escavação, que será feita na formação Santana, terá seis metros de profundidade, distribuídos em degraus, onde os pesquisadores poderão estudar cada camada do solo, e fica dentro dos limites do parque, a 3,5 Km de Santana do Cariri. Dez ex-peixeiros, agricultores da região que antes se dedicavam à extração e ao comércio clandestino de fósseis, agora estão envolvidos na escavação, aberta a visitação pública. A formação Santana é o mais importante depósito de fósseis do Brasil, e está entre os 12 maiores do mundo, sendo o maior em registro de peixes fósseis, diz o paleontólogo Diogenes de Almeida Campos. Membro da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Diogenes e’ responsavel pelo setor de Paleontologia do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), no Rio de Janeiro. Ele é o autor do registro do dinossauro Angaturama, replicado no parque temático, um animal que se alimentava de peixes, habitante do grande mar interior. É dele também a descrição do pterossauro Anhanguera. O projeto do parque temático prevê 18 cenários sobre a história da vida na terra, com réplicas dos animais e fósseis vegetais, alguns do Cretáceo, época em que surgiram as flores na superfície da terra. Registros fósseis de plantas são comumente encontrados nas camadas calcáreas (lajes) retiradas para serem utilizadas na construção civil como pisos e revestimentos decorativos de paredes e muros. O parque temático só pode existir com investimento significativo - público ou privado, disse a professora Violeta Arraes Gervaiseau. O parque pretende divulgar conhecimentos e despertar o interesse pela paleontologia em crianças e adultos.
S. L. de Lucena - Direitos autorais desde 2000 - Página sem fins lucrativos

(http://www.geocities.com/cariri_ce/)

02 outubro 2006

Capítulo 02 – O olhar do turista (do Cariri)

2.1 – O olhar do viajante

Como pude comprovar no livro O Olhar do Turista, de John Urry, as pessoas quando viajam têm fascínio em ver como os outros exercem seu trabalho. Procuram, ao mesmo tempo, coisas distintas da sua realidade, exóticas, desconhecidas e coisas que o remetam ao lar, ao seu cotidiano, que pode ser desde uma comida caseira até uma casa ou paisagem que lhe lembre da infância.

O turista é uma espécie de peregrino contemporâneo, procurando autenticidade em outras “épocas” e em outros “lugares”, distanciados de sua vida cotidiana. Os turistas demonstram um especial fascínio pelas “vidas reais” dos outros, que, de certo modo, possuem uma realidade difícil de descobrir em suas próprias existências. (Urry: 1973, pág. 24/25)

Esse trecho me levou a pensar em algo bem prático: que talvez o que desperte o interesse no turista seja ver os outros trabalhando enquanto ele descansa. De ver pessoas que não estão dentro de sua realidade e contexto social, exercendo um trabalho totalmente diferente do seu. É uma espécie de perversão do lazer, já que envolve uma volta ao local de trabalho.

Turner (opud Urry: 1973, pág. 26) classifica alguns Ritos de Passagem do “peregrino”:

1. Separação social e espacial do lugar normal de residência e dos laços sociais convencionais.
2. Liminaridade: o indivíduo encontra-se em uma “antiestrutura (...) fora do lugar e do tempo”. Os laços convencionais são suspensos. Têm ligações intensas e experiências diretas com o sagrado e o sobrenatural.

3. Reintegração: o indivíduo é reintegrado ao grupo social anterior, habitualmente em um status social mais elevado.

Outro trecho bastante interessante de Urry diz respeito aos diversos tipos de impressões que os turistas desejam ter. Ao final acaba coincidindo com os Ritos de Turner. Embora se desenvolvam de diversas maneiras, dependendo de diversos aspectos sociais, terminam com o aspecto de que o turista sempre busca uma forma de turismo que contraste com sua realidade.

Não existe um único olhar do turista enquanto tal. Ele varia de acordo com a sociedade, o grupo social e o período histórico. Tais olhares são construídos por meio da diferença. Com isso quero dizer que não existe apenas uma experiência universal verdadeira para todos os turistas, em todas as épocas. Na verdade, o olhar do turista, em qualquer período histórico, é construído em relacionamento com seu oposto, com formas não-turísticas de experiência e de consciência social: o que faz com que um determinado olhar do turista dependa daquilo com que ele contrasta; quais são as formas de uma experiência não-turística. Esse olhar pressupõe, portanto, um sistema de atividades e signos sociais que localizam determinadas praticas turísticas, não em termos de algumas características intrínsecas, mas através dos contrastes implicados com praticas sociais não-turísticas, sobretudo aquelas baseadas no lar e no trabalho remunerado.


2.2.1 - impressões particulares sobre do olhar do turista

Percebi que muitas vezes o indivíduo se estressa mais planejando uma viagem que saia totalmente do seu contexto, do que se não tirasse férias. Nas grandes cidades, hoje, creio que deve ser mais estressante tirar férias e querer a todo custo curtí-la ao máximo do que trabalhar. Partindo desse princípio, o indivíduo busca incessantemente conhecer lugares onde as demais pessoas de seu convívio nunca tenham pensado em ir. Esse é um ponto a ser explorado para o incentivo do turismo no Vale do Cariri.
Além disso, percebe-se também que todo indivíduo que planeja sua viagem para lugares exóticos o faz com dois objetivos. Um talvez inconsciente, de querer se distrair mas procurar conhecer o trabalho alheio (ou uma forma de poder dizer a si mesmo que, enquanto os demais estão trabalhando, ele está ali só para se divertir e conhecer coisas novas). E consciente, ao fazer desse tipo de viagem, algo que lhe acrescente elementos culturais, creditando-lhe, assim, mais status, além do prazer do lazer.
Dessa forma podemos pensar que elementos produzem um olhar turístico diferenciado? São aspectos diferenciados do que as pessoas encontram diariamente em suas vidas cotidianas.

O turismo resulta de uma divisão binária básica entre o ordinário/cotidiano e o extraordinário. (Urry: 1973, pág. 28)

De qualquer forma, existem dois aspectos a serem explorados em Nova Olinda a partir da Casa Grande. Um é o próprio Vale do Cariri, sua origem jurássica, um vale cheio de nascentes em meio ao sertão. Outro é o lado social, ou, como diria Urry, pelo lado perverso do lazer, já que a fundação é mantida graças ao trabalho dos jovens que lá frequentam.


2.1 – Primeira flor – Aspectos Naturais de Nova Olinda

A chapada do Araripe é como a boca de uma cratera. Ao chegar no Crato, há uma floresta e, dentro, aquela cratera com um monte de cidades dentro. Cidades todas juntas. Todas são sítios arqueológicos.

A Chapada do Araripe surgiu quando estava havendo a separação dos continentes, da África e do Brasil, com a movimentação das placas tectônicas. Em um primeiro momento o mar entrou até a Chapada do Araripe, que era uma região de grandes lagos, com vida marinha, com piterossauros, dinossauros (segundo Alemberg, a pesquisa para o filme Parque dos Dinossauros foi realizada ali).

Foi o primeiro lugar onde surgiram as flores, segundo informação divulgada na exposição da Universidade Álvares Penteado sobre a Chapada do Araripe,

Era uma região viva. Então o mar entrou, com o afastamento das placas tectônicas, e matou a vida lá da água doce, os peixes pequenos. Esses peixes pequenos vieram para o fundo do lago, dando origem à vida marinha. Com uma nova movimentação das placas, o mar ficou fechado, formando um grande lago salino. A água, com o tempo, foi evaporando e a vida marinha não sobreviveu, originando fósseis cobertos pela erosão. Esses fósseis viraram pedras, as “pedras de peixe”, como a população local chama. São como retratos de 150 milhões de anos. Pedras com peixes dentro, que são usadas também como ornamentação das casas. (o piso da casa de Alemberg é todo dessa pedra, e ele afirma que pode-se enxergar as piabinhas)

Você vê as piabinhas na rocha. E isso se transformou em um ambiente especial, que virou um oásis. No Nordeste houve mudança climática em volta e a Chapada do Araripe conservou aquele oásis. O vale dos dinossauros. (...) E isso foi que gerou a cultura do Cariri. É uma região onde tem uma cultura forte justamente por isso. Porque foi o lugar, vamos dizer assim, um dos últimos lugares em que houve uma movimentação das águas bem especial. E que gerou esse ambiente. Eu digo que um dos lugares de energia do planeta é a Chapada do Araripe. Como a Chapada dos Guimarães, como outros pontos que são lugares em que você vê que existe uma energia. A Casa Grande de certa forma é um Beija-Flor que procura sugar essa energia e condensar lá dentro, para passar um pouco para as pessoas. É uma questão de visão. Não adianta você dar visão. Ninguém capacita ninguém. A pessoa é que descobre dentro dela. É como se fosse uma pessoa enxergando um universo pelo buraco de uma agulha. Você ter a capacidade de entrar... Por isso que eu acho que a história não é só capacitar. É conviver. É criar um ambiente e conviver.
AQ

Hoje a Chapada é conhecida por uma linha de densa mata de milhões de anos. Esconde, por entre trilhas e curvas, uma das maiores jazidas fossilíferas do período cretáceo do planeta e inúmeras fontes de água cristalina. Sob o sol escaldante do Sertão, reinam o cheiro da rapadura, o artesanato feito por mãos hábeis, cantos e danças que refletem o cotidiano do povo do lugar.

continua...

Essa casa

de Moraes Moreira

Essa casa é tão bonita
como a gente que habita
Desde a rua até a porta,
até a sala de visita,
até o fundo do quintal.
Todo mundo acredita
no objetivo igual.
Tudo que se reza e pede
é que Deus seja seu hóspede principal.
Essa casa é tão bonita
quando a inspiração visita
o coração do cantor.
Tem amor no jardim,
tem a flor do amor perfeito.
Tem um banco que foi feito
só para namorar.
Tanta coisa, e advinha
como eu me sinto feliz.
Alguma coisa me diz
que essa casa é a minha.

(Hino da Fundação)

Capítulo 01 – Sobre os envolvidos

1.1. Miniatura do Universo

Nasceu Francisco Alemberg de Souza Lima.
Francisco por promessa da tia que, por medo que o bebê fraquinho não vingasse, prometeu ao santo o mesmo nome. Só ela o chama assim.
Alemberg, nome do conde da novela que a mãe assistia.
É conhecido mesmo por Alemberg Quindins.
Mas de onde vem esse Quindins?

Quindins foi uma banda que a gente fez de música regional, e aí as pessoas depois ficaram me chamando de Quindins. O povo só chama de Quindins, tenho que gostar.

Tomou contato com as lendas e com o imaginário de Nova Olinda por meio de uma cabocla descendente dos índios Kariri, que lhe contava a história dos índios. Começou a criar imagens e sons a partir delas.

A partir daí, não parou mais.
Aos 9 anos, montou uma editora onde publicava suas histórias em quadrinhos. Já fez cinema, e toda a divulgação dele, para os moradores de Tocantins, onde morava na época. E ainda vendia o negócio nos seus quadrinhos: “Seja sócio da editora”.
O sócio, no caso, recebia carteirinha personalizada, desenhada pelo próprio Quindins, e tinha o direito de pagar meia entrada no cinema. A entrada? 10 palitos de fósforos, meia, cinco palitos. Ele se orgulhava de “sustentar” a cozinha de casa.
Conseguiu adesão de todos os meninos da cidade, que não tinham o que fazer naquele lugar que nem no mapa constava.
A professora lhes ensinava: “Olha, a gente mora mais ou menos aqui.”
Outra batalha que Quindins ganhou: conseguiu, posteriormente, colocar Nova Olinda no mapa.

Paralelo a isso ainda tinha uma banda, a Banda de Lata, que tocava nos desfiles de misses das meninas. E jogava bola. Ganharam um campo para jogar, com a condição de que o mantivessem limpo. No meio do campo havia um pé de Pequi, fruto típico do cerrado.
Para divulgar os jogos do campeonato no Campo do Pé de Pequi, também criou a revista Placar. Todas desenhadas à mão, com pôster personalizado, afinal, não havia xerox.
Toda essa obstinação e menos de 18 anos.
Quando chegou a essa idade, decidiu conhecer o mundo e partiu para a Marinha. Não saiu de dentro do navio. Desapontado, voltou para a cidade do Crato e começou a resgatar as lendas que ouvira de criança.
Casou-se com Rosiane, sua companheira até hoje. Saíram pesquisando tudo sobre o vale do Cariri, tentando resgatar musicalmente a pré-história do local. Compuseram músicas a partir das lendas, conversas e instrumentos rústicos regionais.
Para se manter, vendiam artesanato. Começaram a adquirir cada vez mais peças, doadas pelos moradores que não sabiam o valor das pedras do lugar.

Os agricultores quando iam fazer o plantio, muitas vezes batiam, achavam uma pedra, um
lítio, e aí então muitas vezes colocavam como peso para escorar a porta. Depois a gente foi resgatando isso, com a intenção de proteger aquele acervo. E foi fazendo uma catalogação das cavernas com pinturas rupestres. Esse acervo começou a ser visitado lá em casa por universitários. Eu peguei essa casa, que era a casa do meu avô e que deu origem à cidade de Nova Olinda.

E que, mais tarde, deu origem à Fundação Casa Grande.


1.2. Casa de sonhos

Então eu resolvi fazer o seguinte: uma casa onde resgatasse a mitologia e arqueologia desse povo. Agora, o interessante é o seguinte: eu me lembrava de um indiozinho de madeira, estava em meu subconsciente. Eu era muito pequeno, devia ter uns cinco anos, três anos. Como se fosse um sonho, mas eu tinha certeza de que aquilo aconteceu mesmo. Mas aí um dia, eu passando na casa dessa pessoa, eu perguntei. Ela disse: “sim, você vinha aqui quando era criança, o indiozinho está aqui.” E foi lá no baú e tirou. Hoje esse indiozinho está na entrada da Casa Grande. A gente chamou ele de Cariuzinho, que é dos Cariú, que era da tribo dos Kariri, família Cariú.*
* sobre as lendas que a cabocla lhe contava quando criança

Nova Olinda começou em um rancho onde Garcia D’Avilla aportou para começar o processo de sesmarias no Brasil. Lá começou o ciclo do couro, o início do comércio do gado. No lugar em que passavam, deixavam aqueles ranchos de comboeiros. Ali surgiu a tribo dos Cariú, da família Cariri. D'Avilla construiu uma tapera, que hoje é a Casa Grande. O avô de Quindins a comprou, na época. Em 1992, o próprio Quindins resolveu transferir pra lá todo o acervo que já havia resguardado.
O indiozinho virou personagem das histórias em quadrinhos que os meninos de Quindins escrevem. Ele é um ser encantado que leva os meninos no tempo para conhecer a “época das lendas”.
A escola funciona de segunda a domingo, das 8 às 17 horas, e oferece atividades extracurriculares a crianças e jovens entre 3 e 20 anos. Para participar, é obrigatório estar matriculado no ensino formal. O espaço conta com uma videoteca com 500 fitas sobre história do cinema, documentários educativos, desenhos e filmes, uma brinquedoteca e uma biblioteca com 1.500 títulos, aberta à comunidade. As crianças de 3 a 9 anos passam a tarde na Escolinha de Iniciação à Casa Grande, onde participam de atividades lúdicas. Já os mais velhos fazem acompanhamento pedagógico ou um curso de preparação ao vestibular. Todos os participantes passam pelos laboratórios de comunicação da escola. "Neles, as crianças aprendem fazendo, e os mais velhos ensinam os mais jovens", afirma Rosiane Limaverde.

Os 4 programas na fundação:

1. Memória
- resgate da mitologia e arqueologia/ museu
Alemberg e a esposa, Rosiane Limaverde, durante anos pesquisaram a música e a geografia da região, reunindo objetos, mitos e lendas da Chapada do Araripe e do Vale do Cariri, onde fica Nova Olinda. A região é rica em fósseis, objetos e pinturas rupestres. A atenção despertada por esse inusitado museu do sertanejo "pré histórico" foi o estopim para a criação da Escola de Comunicação Meninada do Sertão.
- proteção dos sítios arqueológicos da região, instruindo as pessoas em como preservar.
As crianças estudam as lendas e os mitos da região, assim como primeiras formas de expressão gráfica do homem. Muitas delas se tornam recepcionistas do museu, repassando aos visitantes tudo o que aprenderam.


2. Comunicação
- rádio – em parceria com a UNICEF, capacitam crianças para a elaboração de programas de rádio. Hoje o programa já está em Angola e em Moçambique. São programas DE crianças PARA crianças.
A idéia é fazer com que as crianças e os jovens tenham contato com vários estilos de música e se tornem locutores, sonoplastas, produtores e repórteres.
Mêires Moreira começou na rádio aos 10 anos fazendo o programa infantil Planeta Criança. Hoje, aos 21 anos, é produtora e locutora do programa diário Papo Cabeça. Mêires foi convidada pela UNESCO a fazer parte de um Grupo de Trabalho Jovem sobre AIDS. O convite gerou viagens e reuniões com outros jovens brasileiros em várias capitais.
Todos os dias Valeska Cordeiro, 13 anos, comanda o programa infantil da rádio, o Submarino Amarelo, no qual "embarcam" cerca de 20 crianças que estão aprendendo a arte de fazer rádio para outras crianças, diariamente, das 13 às 14 horas. É ela quem separa as músicas e, conversando com os demais colegas, decide qual será o tema do dia: coisas saudáveis que a meninada pode e deve fazer, como o quanto é bom ir à escola para aprender a gostar de ler.
Outras crianças também têm seus programas na rádio que começou em 1995, ao vivo, com apenas um transmissor e 4 auto-falantes (material abandonado de uma igreja), transmitido somente nos finais de semana. Em 1998, foi reconhecida pela ANATEL como rádio comunitária e sua programação passou a ser diária (das 5 horas da manhã às 10 horas da
noite).

Quando a gente começou a nossa rádio FM, eram quatro alto-falantes em cima da escola. Fazíamos uma programação pra comunidade. Então o Unicef se interessou e doou uma parcela de dinheiro pra gente ampliar nosso sistema de alto falantes. Espalhamos mais cinco alto-falantes pela cidade. Depois o Unicef viu que estava tendo comunicação com a cidade e aí a nossa rádio passou a ser FM.
Miguel Barros Filho - Gerente do Museu / estudante

O objetivo da rádio agora é alcançar o status de educativa, podendo operar com maior alcance, chegando a toda região do Cariri – Crato, Juazeiro, Assaré, entre outras cidades.


- TV Casa Grande
No início, o museu da Fundação começou a atrair a imprensa. Vinha repórter de rádio, de TV. A criançada ficou louca com aquilo! A mídia parecia um disco voador que tinha baixado na cidade, a gente nunca tinha visto uma câmera na vida. Aí as crianças chegaram no Alemberg e disseram que queriam aprender a filmar. Por uma lei estadual de incentivo, o UNICEF cedeu a primeira câmera VHS pra gente. Foi então que começamos a brincar de fazer TV, vídeo. Eu sempre fui meio curioso, imagine um peixe que passa a vida no aquário e de repente vê o mar...
João Paulo Maroto, 21 anos, gerente da TV Casa Grande

É a primeira tv produzida integralmente por crianças. Funciona hoje dentro da Fundação e conta com uma equipe de quatro pessoas entre 18 e 21 anos, além de três aprendizes com 12 e 13 anos. Em um estúdio pintado de azul e uma salinha que serve como ilha de edição, as crianças aprendem a manipular a DV-CAM, uma câmera digital de vídeo, um aparelho DAT para captação digital de áudio e também um software de edição. No início, o alcance era de apenas 5 quilômetros para testar a qualidade e abrangência da transmissão. Em 2001, a ANATEL acabou com a brincadeira e lacrou os transmissores. Agora, os programas produzidos são gravados e exibidos no teatro da Fundação, até sair a sonhada licença para operar como TV comunitária.

- Editora – com jornal e revista mensais.
Sansão, Boin, Cacá e Margarida são alguns dos personagens das histórias em quadrinhos criadas pelas crianças. Na Casa Grande Editora já foram editadas 14 revistinhas. Um jornalzinho quinzenal é distribuído aos visitantes da fundação e aos patrocinadores. Nesse espaço são formados diagramadores, roteiristas, cartunistas, programadores visuais e designers gráficos.

3. Arte
- Cinema – criação de filmes e estudo. Têm a TV Produz, programetes com depoimentos que passam antes de cada sessão de cinema, foi batizada de Sem canal, por conta do corte da ANATEL. Tem qualidade profissional na ilha e produção de DVDs.
Além disso a Fundação possui um cineclube, onde o povo conhece filmes e curta-metragens brasileiros e produções da meninada. Eles encontraram sua própria linguagem e estética para filmar, filtrando o que assistem na tv e vêem na telinha. O cineclube é uma parceria da Petrobrás.
A partir de uma certa idade, também apuram o senso estético da meninada as imagens de mestres como Tarkovsky, Bergman, Antonioni, Pasolini e Hitchcock, em sessões lotadas com até 200 pessoas.

- Música – a iniciação à música é feita pela Bandinha de Lata. "Os instrumentos são de lata e madeira, não produzem som; as crianças é que fazem o som com a boca. Nessa fase, estão iniciando a familiarização com o ritmo", afirma Rosiane.
Em 2000, durante dois meses a banda participou do espetáculo Mãe Gentil, de Ivaldo Bertazzo, com Zeca Baleiro, no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Os mais velhos integram a banda de pop e rock Os Meninos da Casa Grande e, em parceria com Rosiane e Alemberg, apresentam o show A Lenda, no qual relatam a história dos cariris. No espaço, há uma oficina de construção de instrumentos musicais de percussão. Os alunos estudam também repertório musical, estilos, ritmos e compositores.
Existe também a banda de música instrumental, que mistura jazz com ritmos locais, nordestinos.

- Artes Cênicas - São realizadas oficinas, espetáculos e teatro de bonecos. Atualmente está sendo construído no terreno da fundação um teatro com capacidade para 150 pessoas, financiado pelo governo do Ceará.


4. Turismo Solidário
A ideia de captar turismo nasceu em cima de uma demanda. A Casa Grande recebe 3 mil visitantes por mês, vindos de todos os lugares. Estudantes de outros países, pessoas interessadas em pesquisas.
Foram criadas, então, as pousadas domiciliares, onde os moradores (e pais dos jovens que frequentam a fundação) são instruídos a construir mais um quarto com banheiro para que os visitantes tenham onde ficar e que seja acessível, tanto do ponto de vista turístico quanto ecônomico.
Os pais, muitas vezes, são também guias turísticos e/ou motoristas.
É cobrado um valor de 40 reais para que o turista tenha acomodação e todas as refeições. Desse valor, 80% é destinado à reposição do material gasto e investimentos na própria pousada. 10% vai para a manutenção da cooperativa (de pais, para os trazerem como aliados para a fundação) e 10% para um fundo de educação (pagamento do transporte a todos os estudantes que passarem no vestibular, já que a Universidade, a URCA, fica em Crato, a 42 km). São oferecidos também cursos de hotelaria e gerenciamento de pequenos negócios voltados para o turismo.

De modo geral, a escola de comunicação de Quindins tem como objetivo abrir a visão das crianças que a frequentam e diversificar seu modo de ver as coisas.
Um detalhe curioso nisso tudo é que a Casa Grande não possui site. Até há pouco tempo não possuíam internet também. Adquiriam há pouco dois pontos de internet, um pelo MINC, com o Ponto de Cultura, e outro pelo Criança Esperança,hes doou um laboratório.
Para Quindins, o importante é a origem e o conteúdo. Coisas que ele mantém vivas nas crianças, já que a fundação é toda “comandada” por crianças e jovens.
Boa parte daquilo que a gente sabe, na realidade, não serve muito para a sobrevivência da gente.
Esse é o espírito da Casa Grande, de constar no mapa, de querer saber qual a importância de estar no mapa de seu país. Da criança ser incluída socialmente como pessoa. E acima de tudo, formar comunicadores, para que eles descubram o mundo.

Eu digo: se tudo isso aqui não der certo para os outros, deu para mim.
Alemberg Quindins

Introdução

Ser designer não é fácil. Principalmente quando se trabalha com amigas e elas são jornalistas.
Mariana é o nome de uma delas.
Também na reta final da faculdade, já mudou umas 5 vezes o tema do seu projeto final. Mas acredito que agora decidiu. Independente do tema, ela já havia resolvido duas coisas: que faria um livro e que EU faria o layout.

Como eu queria, para o meu projeto, um tema relacionado à cultura popular brasileira, decidi fazer com ela esse registro sobre a Fundação Casa Grande – Memorial do Homem Kariri, em Nova Olinda/PE.

A intenção é que esse registro seja acessível. Ele deverá ficar disponível para ser baixado na internet. Ainda não especificamos um formato final para ele. Pode ser somente um livro, ou um projeto mais elaborado com pequenos livros em um box, um livro com postais, enfim, diversas possiblidades gráficas.


Por enquanto só Mariana irá conhecer o sertão. Ela está pesquisando a melhor forma de chegar ao Cariri, assim como toda a logística e os custos que isso implicará. Nova Olinda fica a 540 km de Fortaleza. Próxima a Juazeiro do Norte, quase na divisa com Pernambuco, no Vale do Araripe. De Recife são 640 km.
O acesso a Nova Olinda é feito de ônibus, vindo de todas as capitais do Nordeste via Juazeiro do Norte-CE, ou de avião, de São Paulo e Fortaleza. As viagens de ônibus duram em média de 8 a 9 horas, tanto de Recife quanto de Fortaleza, saindo à noite e amanhecendo em Juazeiro do Norte ou no Crato. Juazeiro e Crato são duas cidades de médio porte do Ceará interligadas entre si. Quem escolhe descer no Crato deve pegar um transporte coletivo, que sai de hora em hora rumo a Nova Olinda e deixa o passageiro na porta da Fundação Casa Grande, onde será recebido pelos guias que o conduzirão até às pousadas.

Mas voltemos ao começo de tudo. Essa história começou mesmo com uma entrevista (das mais bacanas de todos os tempos) feita com o idealizador da Fundação Casa Grande, Alemberg Quindins. Ele foi entrevistado para o
Almanaque Brasil, revista em que trabalhamos. Após pouco mais de uma hora de conversa, descobrimos a bela história da Fundação.
Ele é um gênio. Ficamos boquiabertos com sua generosidade, simplicidade, inteligência e, principalmente, bom-humor. Cresceu no meio do nada, quando Tocantins não era Estado e ele era "um menino fora do mapa". Hoje, viaja o mundo para contar sua experiência na Fundação.

Lá, Alemberg não quer formar comunicadores. Quer que por meio da comunicação as crianças descubram o mundo. Disse que, na verdade, está formando futuros dirigentes para o país.


Criada em 1992, a Fundação Casa Grande é uma ONG que tem como missão educar crianças e jovens sertanejos em gestão cultural por meio de seus programas de memória, comunicação, artes e turismo.
É um misto de museu e centro cultural freqüentado por crianças e jovens da cidade. Ali, produzem vídeos, jornais e revistas em quadrinhos, além de administrar a Rádio Casa Grande FM, cujo sinal atinge sete municípios vizinhos.
Conta com o apoio de entidades de peso como o Unicef, o Instituto Ayrton Senna, Governos estadual e municipal e as universidades Federal do Ceará e Regional do Cariri.
Além disso, envolve toda a familia da meninada no projeto por meio da criação da COOPAGRAN, uma cooperativa dos pais dos jovens frequentadores da fundação, que cuida da recepção e estadia dos turistas na cidade.

Apesar de já apoiado por muita gente, poucos realmente conhecem a profundidade e extensão do projeto realizado por Alemberg Quindins. Ele já implantou projeto semelhante até mesmo na África. A Banda de Lata da Fundação, onde as crianças iniciam sua musicalidade, está na Alemanha para se apresentar em um festival. Tudo isso começou na pequena cidade cearense de 12 mil habitantes chamada Nova Olinda que hoje é um exemplo para o Brasil.

Um exemplo que queremos divulgar, pelo trabalho bem feito e bem-sucedido de Alemberg e pela importância cultural da Fundação na cidade.


ENTIDADE: Fundação Casa Grande (Nova Olinda)
TELEFONE: (88)3546.1333 / (88)3523.4104 / (88)3521.6588
FAX: (88)3546.1333 / (88)3523.4104
CELULAR: (88)9966.1874
E-MAIL: casagrande@baydejbc.com.br

HELLLP

Por favor, alguém sabe como eu me livro desses marcadorezinhos ridículos que listam os links???

18 setembro 2006

Bibliografia

Não vivo mais sem internet, mas confesso que às vezes ela me é um grande transtorno. Escrevi sobre o único livro que comecei a ler, O povo brasileiro, de Darcy Ribeiro.
Na primeira tentativa o navegador simplesmente fechou.... deu erro e eu perdi tudo o que havia escrito. Na segunda, escrevi melhor... até gostei do que escrevi. Copiei o texto para não ter problemas, mas não colei em parte alguma, enquanto tentava colocar a bendita capinha do livro, pois bem, encontrei outro texto que gostei e sim, eu copiei por cima. Por isso... não vou escrever hoje sobre os livros, mas em breve torno a tentar.
Hoje só vou colocar aqui os livros e porque acho que me serão úteis.

RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro. Companhia das Letras. São Paulo, 1997.
Indicação do Fabrizio no começo do semestre para todos os alunos de forma geral, mas que acho que vai me ajudar no meu tema.

BENI, Mário Carlos. Análise Estrutural do Turismo. Editora Senac. São Paulo, 1999.
DUMAZEDIER, Joffre. Lazer e Cultura Popular. Editora Perspectiva. São Paulo, 2001.
URRY, John. O olhar do Turista. Editora Senac-SP. São Paulo, 1997.
Esses três encontrei em um link muito bacana que tinha um ensaio sobre o fato de hoje em dia o turismo não ser mais encarado como um lazer e sim como uma obrigação. As pessoas se estressam mais do que relaxam ao sair para viajar. Gasta-se muito mais energia programando o passeio do que curtindo o mesmo.
Apesar de ser pertinente o tema, eu naveguei por essa página para tentar encontrar um tema para este trabalho e, claro, como sou "organizada" não guardei o link. Mas vou procurar mais e prometo colocá-lo aqui. Acho que vai ajudar muitos alunos.

Por enquanto é só pessoal.

Relevância

O início da pesquisa sobre o tema começou com uma entrevista dada pelo idealizador da Fundação Casa Grande, Alemberg Quindins. Ele foi o entrevistado do mês na revista em que trabalho, e após pouco mais de uma hora de conversa, descobrimos a bela história da Fundação. (já mencionei isso por aqui.... rs)

Atualmente a pesquisa está no início. Minha parceira de TCC, que está terminando o curso de jornalismo e vai escrever o livro, está pesquisando a melhor forma de chegar ao Cariri, e toda a logística e custos que isso implicará. Mas a produção dos textos está um pouco lenta... lemos muita coisa e ainda não sabemos bem o que é relevante para o tema desse trabalho. Dá vontade de divulgar tudo.

Apesar de já conhecido e apoiado por muita gente, poucos realmente conhecem a profundidade do projeto realizado por Alemberg Quindins, e sua extensão. Hoje ele já implantou projeto semelhante até na África, e a banda de lata da Fundação está na Alemanha para se apresenrar em um festival. Tudo isso começou em uma pequena cidade cearense, de 12 mil habitantes, chamada Nova Olinda. Ela fica a 430 km de Fortaleza e hoje é um exemplo para o Brasil.

Um exemplo que queremos divulgar. Pelo trabalho bem feito e bem sucedido de Alemberg e pela importância cultural da Fundação na cidade.

Pensamentos soltos

Design e educação no Memorial

* Laboratórios de TV, rádio, música, artes cênicas e editoração

* Apoio da UNICEF em projetos para divulgar assuntos como Tabagismo em escolas da rede pública

* Incentivo para que os jovens desenvolvam seus projetos sozinhos desde cedo. O diretor de cultura e pesquisa da fundação tem apenas 20 anos.

Educação para o Turismo

* Laboratório Museu Arqueológico e Mitológico: jovens monitores mostram as primeiras lendas e formas de expressão gráfica. Esses mesmos jovens repassam seus conhecimentos aos mais novos para dar continuidade ao processo de monitoria do local.

* Filmes feitos pelos jovens, na fundação, que foram classificados em um festival em Salvador. Além da visibilidade da Fundação, funciona como um incentivo para que os jovens continuem produzindo.

* A educação musical que é oferecida no Memorial, proporciona um contato musical desde cedo aos jovens, que já participaram de um espetáculo de Ivaldo Bertazzo no RJ e em SP, têm uma banda de pop-rock, a Banda de Latas, que inicia os pequenos ao ritmo, fazendo sons com a boca e ajuda das latas, além do show musical A lenda, onde relatam a história dos cariris.

* O governo do Ceará está construindo um teatro para os jovens atores da Oficina de Artes Cênicas.

E para finalizar um trecho da matéria sobre o prêmio Cláudia, dado à esposa de Alemberg, Rosiane que relata o impacto da Fundação no turismo local.

O rendimento escolar das crianças e dos jovens que participam das atividades da Casa Grande aumentou em até 100%, enquanto a evasão escolar diminuiu também em 100%. "É muito gratificante vê-los crescer aqui dentro. Muitos chegaram pequenininhos e hoje tocam a fundação", conta Rosiane. "Eles se sentem importantes, têm a auto-estima valorizada. Há mudança até na postura, no jeito de andar, de falar, de se colocar."
Nova Olinda também ganhou com a fundação. Recebe, em média, 3 000 turistas por mês, que vão conhecer o projeto e visitar o museu. Para a prefeita de Nova Olinda, Fábia Brito Alencar Alves, a fundação mudou o perfil da cidade. "O trabalho de Rosiane despertou um novo potencial econômico, o turismo", diz ela. Além dos visitantes da região, principalmente estudantes, pessoas de outros estados e até do exterior chegam a Nova Olinda para ver de perto o projeto.
Para receber os turistas, Rosiane elaborou um projeto que visa aumentar a renda dos pais dos participantes, a Cooperativa de Pais e Amigos da Casa Grande (Copagrande). Cinco famílias já dispõem de quartos em suas casas para acomodar visitantes e várias outras se cadastraram para vender suvenires na lojinha que funcionará no teatro. Vinte pais motoristas também foram capacitados para trabalhar como guias turísticos do município.

(gentilmente roubado daqui)

15 setembro 2006

Clipping da Mariana

Nunca pergunte algo objetivo a um jornalista.... ele vai te passar várias coisas...
Muitos links eu já visitei e já consegui postar... outros ficarão para o final de semana, mas de qualquer forma colocarei pequenas notas que minha colaboradora enviou para começarmos o trabalho.


NOVA OLINDA
Quem também está na Europa é o presidente da Fundação Casa Grande de Nova Olinda, Alemberg Quindins. Ele encontra-se em Pontedera, na Itália, buscando intercâmbio entre a Fundazione Pontedera e Teatro Carla Pollastrelli com e a instituição que dirige em Nova Olinda.


Alemberg Quindins, presidente da Fundação Casa Grande Memorial do Homem Kariri está no Rio de Janeiro para ministrar palestra sobre cultura na América e fazer contatos com Regina Casé, Luiz Carlos Barreto e Guel Arraes sobre cinema, e discutir novas parcerias. Bravo!

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Nova Olinda (CE)

Nova Olinda está localizada a 540 km a sul de Fortaleza, no Vale do Cariri, sertão cearense. Sua população é um pouco maior que 11 mil habitantes. A cidade foi desmembrada do município de Santana do Cariri em 14/03/1957, e recebeu este nome em homenagem à cidade pernambucana de Olinda.

Suas origens datam das últimas décadas do século XIX, e era conhecida por Tapera, localidade formada por moradores das margens do rio Cariús. Nova Olinda não tem indústria nem comércio desenvolvidos, a principal atividade é a roça. Os principais produtos da região são o algodão, a banana, o milho, a mandioca e o feijão. A terra é rica em gipsita e argila.

A região do Cariri é considerada um oásis no Ceará, e faz parte da Chapada do Araripe.

O sistema montanhoso, a vegetação abundante e as inúmeras nascentes garantem um clima ameno, em pleno semi-árido do sertão. Dentre as cidades da região destacam-se ainda Juazeiro do Norte, Crato e Barbalha.

Nova Olinda está situada na área de maior concentração mundial de fósseis do período Cretáceo e possui os seguintes atrativos naturais: Sítio Arqueológico Furna Pintada, Ponte de Pedra, Cavernas Olho D'água, Pedra da Coruja e Poço do Inferno.

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Fundação Casa Grande Memorial do Homem Kariri, Nova Olinda, CE

O projeto que inicialmente se restringia à preservação antropológica dos índios Kariri transformou-se numa instituição dedicada também à formação profissional dos jovens da região. A Fundação Casa Grande oferece hoje a 70 jovens qualificação em quatro áreas: memória, comunicação, arte e turismo. O primeiro programa tem como foco o resgate da memória da pré-história do sertão, por meio da mitologia e da arqueologia: forma recepcionistas, guias de campo e relações-públicas para atuar na instituição e nos sítios arqueológicos da região. A oficina de comunicação apresenta aos alunos as técnicas de elaboração de programas de rádio, TV e trabalhos de editoração. A rádio comunitária já protocolou no Ministério das Comunicações um pedido para transformá-la em emissora educativa. O braço das artes tem laboratório de teatro, cinema e escola de música, na qual se começa com a banda de lata e segue com grupos cover e instrumental. O laboratório de turismo funciona em parceria com a cooperativa de pais e amigos da Casa Grande. Os pais dos alunos mantêm a loja de souvenirs da Fundação e a cantina, além de serem orientados para fazer em suas casas suítes para abrigar turistas. Por R$ 40 diários, o visitante tem pernoite, café, almoço e jantar. "Todo o projeto funciona com pedagogia própria: os jovens mais experientes repassam os conhecimentos aos mais novos", ensina Alemberg, o mestre.

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FUNDAÇÃO CASA GRANDE - MEMORIAL DO HOMEM KARIRI
Um misto de museu e centro cultural freqüentado por crianças e jovens da cidade de Nova Olinda, Ceará. Eles produzem vídeos, jornais e revistas em quadrinhos, além de administrar a Rádio Casa Grande FM, cujo sinal atinge sete municípios vizinhos. Criada em 1992 pelo músico Alemberg Quindins na sede da fazenda que era de seu avô Neco Trajano, a fundação se transformou em uma escola de comunicação e hoje conta com o apoio de entidades de peso como o Unicef, o Instituto Ayrton Senna, os governos estadual e municipal e as universidades Federal do Ceará e Regional do Cariri.

Link Legal

http://www.overmundo.com.br/guia/fundacao-casa-grande

O link vai direto na matéria da Fundação, mas o Overmundo é velho conhecido meu. Criado por Hermano Vianna, divulga um pouco o conceito de cultura livre. Todos podem postar novidades sobre seus estados no blog e assim compartilhar informações do Brasil inteiro.

OPA... uma resposta....

Ao menos uma... rs

RESULTADOS

A Fundação Casa Grande através da escola de comunicação para crianças do Sertão vem conseguindo dar uma formação complementar ao ensino público no Município de Nova Olinda. O melhor desempenho escolar das crianças da Casa Grande em relação a outras que não frequentam o programa é fácil de ser observado por pais e professores. As crianças da Casa Grande são líderes nas atividades escolares, sendo o índice de repetência zero. Além disso, a participação das crianças. No Projeto Escola de Comunicação para crianças do Sertão, já proporcionou ao adolescente Cícero Ferreira Alexandre, 15 anos, técnico de sonoplastia da IV Casa Grande o intercâmbio franco-brasileiro, para representar a região do Cariri cearense no encontro de estudantes brasileiros e franceses, em Paris - França, em julho de 1998.

A Escola de Comunicação para crianças do Sertão também oportunizou ao adolescente Miguel Rodrigues Barros, 16 anos, editor da IV Casa Grande, ser o representante do Brasil no Encontro Mundial de Crianças Líderes, promovido pelo UNICEF e a TIME WARNER, por ocasião dos Jogos da Boa Vontade, em julho de 1998. Miguel foi a Nova Iorque falar na ONU, da importância da tecnologia da comunicação como recurso pedagógico para o desenvolvimento das crianças do campo.

Samara Macêdo Diniz, 15 anos, repórter da TV Casa Grande e produtora do programa "Clássicos na Educação" na Casa Grande FM, participou como repórter do Projeto Vídeo nas Aldeias, Juntamente com outros adolescentes do Rio, São Paulo e Mato Grosso, apresentado por Aílton Krenak, que vai ao ar pela IV Escola em comemoração aos 500 anos do Brasil.

Hoje a Fundação Casa Grande de Nova Olinda-CE é conhecida como um projeto de crianças para crianças, formadora de lideranças mirins, capazes de transformar a pacata Nova Olínda (11.303 habitantes) em pólo turístico regional e receber o selo de cidade turística, da EMBRATUR.

(Fonte:
http://geosfera.vilabol.uol.com.br/casagrande.htm)

Acho que esse é um lado que eu quero explorar mais no meu registro.
Descobrir como isso é possível. Principalmente através da educação.
Acho também que se esse resgistro virar um livro (que é a intenção inicial) seria bacana documentar como eles conseguiram isso e quais são esses atrativos turísticos...

PS. Quanto "achismo"...

13 setembro 2006

Perguntas, perguntas, perguntas...

Estou um pouco atrasada mas relatei algumas perguntas para nortear meu projeto.
Pretendo ter essas respostas ao longo do caminho...

O que explorar no Sertão do Cariri??

Trazer turismo para o local pode ser uma alternativa para o progresso da Fundação?

E o contrário? A Fundação pode ajudar no Turismo? Como??

11 setembro 2006

Fundação Casa Grande - Memorial do Homem Kariri - de onde veio a idéia??

Ser designer não é fácil. Principalmente quando se trabalha com amigas e elas são jornalistas.
Mariana é o nome dela.
Também na reta final da faculdade, já mudou umas 5 vezes de projeto. Mas acredito que agora vai. Independente do tema, ela já havia decidido duas coisas: que faria um livro e que EU o faria.
Mas essa história começou mesmo quando decidimos que o entrevistado do mês no Almanaque (não liguem para o site, um dia faremos um melhor) seria Alemberg Quindins. Figuraça que eu até então desconhecia.
Mari fala mais sobre ele aqui.
O fato foi que o projeto do cara é bacana. E da Mari também. E como eu o faria de qualquer maneira, achamos muito bacana unir dois TCCs.
Faremos um registro sobre a fundação e sobre seus projetos.
Além disso a intenção é que esse livro seja acessível. Ele vai ficar disponível para baixar na internet.
Por enquanto só a Mari vai conhecer o sertão... veremos até o final do ano.
Fabrizio recomendou que eu organizasse minhas idéias.... difícil.... mas estou tentando....